A energia nuclear é responsável por 13,4% da matriz
elétrica global, segundo novo relatório elaborado pela Agência de
Energia Nuclear (NEA, na sigla em inglês).
No entanto, o documento
aponta que a fatia tem caído comparado ao crescimento da geração de
eletricidade no mundo. O levantamento indica que em 2011, o número de novos projetos nucleares em construção se reduziu para quatro, diante dos 16 que estavam em andamento em 2010. Essa redução, aponta o estudo, é um possível reflexo do acidente na usina Fukushima Daiichi combinado à crise econômica mundial.
Segundo o relatório, ainda é cedo para concluir a tendência para 2012, mas ressalta o fato de os Estados Unidos aprovarem a construção de uma nova usina nuclear pela primeira vez em 30 anos.
Perspectivas para 2050
O estudo aponta que a fonte nuclear tem estimativa de atingir 1.200 gigawatts (GW) em capacidade instalada em 2050, acrescentando ser possível o acréscimo de 16 GW em usinas atômicas ao ano até 2020. O número representa uma taxa de crescimento maior do que na última década, quando houve incremento de 13GW ao ano.
Com essa taxa, seria possível, de acordo com o relatório, chegar a 512 GW até 2020, com uma gradual acumulação de capacidade industrial e de recursos humanos. A extensão da vida útil dos reatores em operação auxiliaria a manutenção do patamar de capacidade nuclear instalada no mundo até 2030. no entanto, após essa data, com a desativação das usinas mais velhas, seria preciso um aumento significativo da construção de novos reatores para substituir os antigos e, além disso, aumentar a capacidade instalada.
O estudo cita como principais desafios para a expansão da geração nuclear nos próximos 40 anos o financiamento dos empreendimentos, tendo em vista seus custos elevados e o risco de atrasos e custos suplementares. Também é necessário superar as restrições atuais da capacidade industrial e profissionais capacitados para a construção das usinas.
O documento também aponta questões como o gerenciamento dos rejeitos de alta atividade; a expansão da energia nuclear para novos países, ao mesmo tempo em que se evita a proliferação de materiais e tecnologias nucleares sensíveis; e a ampliação do fornecimento de combustível nuclear para dar conta do aumento da capacidade instalada e da extensão da vida útil das usinas existentes.
Programa nuclear
O relatório aponta ainda que é necessária a confiança da sociedade para que se alcance o sucesso de um programa nuclear em qualquer país. O documento ressalta que a transparência e a participação pública na tomada de decisões são vistas como vitais para garantir a aceitação do público para os programas nucleares.
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